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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Gigantes de Aço - Crítica


Uma carcaça de aço recheada de sentimentos!

É o que como pode ser definido o longa. Cara, sério, eu tive que assistir esse filme duas vezes e nas duas vezes eu me emocionei.


Confesso que esse filme me impressionou, apesar de não ter nada efetivamente novo, afinal se você joga videogame, lê HQs, mangas, joga RPG, etc... no fundo sabe que quase não existe novidade hoje em dia, nada é de fato "original", mas tem duas coisa de extrema importância nesse filme, que eu  gostei muito: simplicidade e diversão.
Hoje existem superproduções bilionárias, tentativas de criar um roteiro super complexo e elaborado, mas no fim a maioria dessas obras acabam  sufocadas com o mau uso de seus ótimos e abundantes recursos.
Tudo bem que Gigantes de Aço não é pouca bosta, Steven Spielberg está na produção executiva, um dos roteiristas é o mesmo de Rocky – O lutador e os efeitos especiais estão nas mãos da Disney, que aliás, fizeram um ótimo trabalho com os robôs.


Eu sei os robôs podem trazer alguma lembrança de Transformers, mas esqueça, não tem nada haver.
Somos apresentados a  Charlie (Hugh Jackman), um cara que só tem uma coisa em mente, fazer grana colocando alguns de seus robôs para vencer lutas. O ano é 2020 e não existe mais o Boxe ou qualquer outro tipo de luta com humanos, pois com o passar dos anos isso não rendia mais dinheiro e o público queria mais carnificina, a solução foi colocar robôs humanóides para lutar até a “morte”.


A vida de Charlie segue nesse ritmo até que ele recebe uma ordem judicial inesperada: recebe a tutela de seu filho Max de 11 anos, que ele nunca viu na vida e nunca fez questão de ver,  é ai que as coisas seguem rumos inesperados para Charlie, principalmente quando Max encontra o simpático robô, Atom.
Você deve estar pensando:

- Robô  simpático, uma criança e um pai relapso, vai ter drama ai, né?

Claro que vai cara! Mas antes que você entorte o nariz, entenda que os robôs não são como em Transformers, Atom e todos os outros robôs não tem personalidade, sentimento e  nem são autônomos. Todos os seus movimentos são feitos por mãos humanas, eles são simplesmente ferramentas de trabalho, mas mesmo assim você  se apega a Atom, talvez por causa de Max que adora o robô.



É completamente perceptível o toque de magia de Spielberg no filme, desde seu primeiro segundo, assim como foi em Super 8, esse filme acaba te arrebatando logo no inicio.


Como se não bastasse à excelente atuação de Hugh Jackman como o charlatão Charlie aprendiz de pai, Dakota Goyo dá um show de Carisma desde sua primeira aparição até o fim, principalmente quando precisa usar sua mais poderosa arma – Aquele olhar do gato de botas do Shrek- não há como recusar um pedido do menino, nem o Wolverine conseguiu. Evangeline lilly também tem espaço para esbanjar sua parcela de carisma e dar um toque feminino e de romance à trama, claro, na medida certa.
Os efeitos especiais são um show a parte, as lutas dos grandalhões são dinâmicas e empolgantes.



Apesar de ter um roteiro básico e previsível, Gigantes de Aço possui a incrível magia da criança inocente apaixonada por um sonho. O sonho que despertou na descoberta de uma pecinha chamada, ATOM! No universo dos gigantes, os robôs não possuem sentimentos e são usados apenas como ferramentas para a rinha de maquinas a lá vale-tudo ou simplesmente o tradicional boxe, porém ATOM possui o que podemos chamar de – Toque de Spielberg.


Atom é cercado de mistério, desde sua origem até quando nos faz imaginar se existe algo ali dentro daquele robozinho danado de legal. Esse é um personagem que vai ganhar seu lugar ao lado de um tanto de robôs que cativaram o público nos cinemas.
Lembra dos clássicos?

Five o carismático e inesquecível robozinho de Um Robô em Curto Circuito.


T-101 de O exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final.


R2D2 o clássico companheiro inseparável de C3PO nas Trilogias de Star Wars.


Sonny o sonhador de Eu, Robô.


Optimus Prime e Bubblebee de Transformers.


Essas são algumas de muitas outras latas cheias de carisma! Sem dúvida, Atom vai estar no Hall da fama dos metálicos.

A trilha sonora é refinada e de cair o queixo, variando desde o Londrino Alexi Murdoc passando por Prodigy até as violentas batidas de Eminem desenterrando vários clássicos que fizeram parte de outras trilhas.
Confiram:
Rival Sons – Torture: Rock Band


Prodigy Tom Morello - One Man Army: The Matrix/Spawn


Eminem Feat. Nate Dogg - Till I Collapse: Moden Warfare 2 Trailer


The Crystal Method - Keep Hope Alive: Nitrous Oxide 2 e milhares de outros games e filmes


O filme foi muito bem idealizado e emplacou nas telonas com a mesma determinação que Max (Dakota Goyo) manda Atom com tudo para cima dos oponentes mais imbatíveis. Usando de Referências e homenageando diversos ícones do mundo pop e cultura “cool” como os filme do Rocky, a camiseta do Van Haley usada por Max e a idéia de brigas de robôs que tem uma sombra de influência oriental, lembra do feio, mas amável Medabots? (Metabee era incrível) Sem mencionar a propaganda do xbox 720.


O diretor Shawn Levi foi subestimado por fazer apenas filminhos engraçadinhos e passageiros como Uma noite no Museu, mas agora o rapaz revelou seu “toque de Midas” e nos presenteia com esse maravilhoso longa com muita ação, sentimento e uma forte mensagem de superação.


Emocionante e incrivelmente cativante, você vai sair desse filme com lágrimas nos olhos mesmo se você for um modelo T-101 super carrancudo e vai falar: - I’ll be back, pois definitivamente vai querer assim como eu assistir novamente essa obra repleta de pancadaria e sentimentos.


Texto: Filipe G. T. e Berserk



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